12.18.2012

Um lugar da imaginação




Ele vivia num país que atendia a demanda, de suas cidades, de combustíveis, minérios e alimentos. E atendia a demanda de empresas internacionais, de  países  extravagantes, que visavam apenas o lucro, mesmo que a base de sangue.

Naquele lugar os governantes, e os que se beneficiaram do governo, eram as pessoas que mais possuíam as terras daquela grande e bela nação.

A produção não atendia justamente a demanda nacional. Enquanto atendiam qualitativamente as demandas internacionais. Faziam as plantações sugarem toda a riqueza das terras, riquezas não-renováveis.

Os meios de comunicações eram financiados pelas empresas que chupavam o sangue da terra e dos homens que viviam e trabalhavam nela.

Os principais meios de comunicações não podiam ser contra as empresas e nem contra alguns de seus governantes, os mais ricos, alguns dirigiam as principais redes, desde que foram criadas.

Os meios de comunicação conduziam as escolhas dos governantes daquela nação.

Condicionavam as pessoas, a maioria de seus habitantes, com notícias diferenciadas, divertidas, educativas e de terror, enquanto qualquer tola tentativa de desvendamento era tratada com um atípico 
desdém por essas pessoas.

A população sem consciência do que estava acontecendo se deixava levar pelas coisas e cada vez mais deixava mais forte esse regimento. Outros conseguiam ver as coisas, mas como viviam num estado democrático eram obrigados a viverem indignados.

A imprensa agregada a essa rede de empresas e governantes fez de tudo para convencer a população que estava tudo certo, desligando profissionais que desobedecessem a primeira citação de seus contratos:

"1 . Não participar de eventos que somos contra e que nos desfavoreçam em causa ou de nossos contribuintes."

Quem tivesse potencial para mover algum tipo de manifesto que pudessem subjugá-los era desativado existencialmente ou ofertado como criminoso.

Aquele cidadão sabia que, se alguém lhe dissesse que alguém não prestava, teria que conhecer um pouco desse de quem proferia a acusação.

Sabia que do jeito que estavam indo, chegariam a um estado de calamidade estatal, pois enquanto dispendiam recursos, incontrolavelmente, agravavam as diferenças sociais.

Para ele era inadmissível que as pessoas daquele país e de todos os outros fossem tão desligadas da ideia de que suas existências naturais já eram naturalmente dispendiosas, mas elas cada vez mais colaboravam.... para o fim.

Ele era Crispim e vivia no país Atchim.


obs: Os links desta publicação levam a artigos, jornais e documentários relacionados a esse conto.

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